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domingo, 5 de junho de 2011

Qual o sentimento?!

Satisfeita.
Não, não é a palavra.
Realizada.
Esta também não é a palavra que estou procurando.
É difícil descrever o sentimento que vi nos olhos dos meus avós,
 tamanha felicidade.
Sim!
É este o sentimento: felicidade!
Quando a data do aniversário de casamento deles estava
 se aproximando, começamos a pensar em um presente bem especial.
Uma viagem?
Não...
Um enfeite bem especial?
Também não.
Que tal uma festa!?
Sim, foi  a resposta inicial, mas... que tipo de festa?
Poderíamos ter optado por uma festa grande,
em um salão alugado.
Poderíamos optar, talvez, por marcarmos um almoço para
a família em um restaurante bacana.
Mas, para meus avós, que tinham o costume de receber as pessoas na sua casa,
com almoços e jantares inesquecíveis, nada como tentar proporcionar à eles o que já não
 tinham à algum tempo: a família reunida na casa deles, recepcionando-os
da maneira como fizeram por tantas e tantas vezes.
Desde o começo, curti tanto isso tudo.
A oportunidade de estar lá, pertinho deles, sondando antes mesmo
deles saberem que a festa aconteceria, já tentando elaborar um cardápio,
conversando para ver os pratos favoritos, as receitas.
Destes papos, surgiram histórias e lembranças lindas,
e eu agora percebo o previlégio que tive em me dispor a fazer isso!
Depois desta fase, veio a fase da decisão do cardápio.
Nesta parte, as filhas colaboraram, relembrando
de cada um dos doces, cada um dos salgadinhos...
Neste meio tempo, com uma desculpa de que precisava observar fotos antigas
para compará-las às fotos atuais, consegui fotografar fotos do dia do
casamento deles: 05 de junho de 1951.
(Clique na foto para ampliar)
Já tinha alguns planos guardados para elas!
(Clique na foto para ampliar)

Daí vieram as pesquisas das receitas, minha parte (quase) favorita.
Livros, cadernos, anotações e muito papo!
Minha avó como ótima cozinheira, e meu avô como um ótimo crítico gastronômico
 (casamento de 60 anos, lembram, combinação perfeita, né?!)
Por fim, decidimos contar à eles nosso plano: a festa!
Neste momento, não pude deixar de sentir emoção ao ver a emoção nos olhos deles!
De lá pra cá, foi pura diversão!
Fazia os docinhos, e leváva-os para eles provarem e darem suas opiniões.
A parte mais gostosa!
Muitas empadinhas e olhos de sogra depois, chegamos ao cardápio final!
Receitas testadas, compras feitas, havia chegado a hora de pensar
 no que fazer com aquelas fotos maravilhosas que havia tirado do álbum de fotos deles.
Em tudo, desde o poncherito (a receita de ponche do meu avô!)
até os docinhos do final, eu havia me envolvido, me comprometido.
Menos os bem casados...
Estes foram encomendados em uma casa especializada nisso,
então resolvi dar o meu toque neles também:
fiz a foto e texto que o acompanharam, deixando esse bolinho com um
significado ainda mais especial!
(Clique na foto para ampliar)

E outra foto foi usada para confeccionar o presente dado à eles por mim:
um vidro com a foto de casamento deles gravada.
Com tudo isso providenciado, foi hora de botar a mão na massa.
Quer dizer, na verdade, foram hoooooras com a mão na massa!
À começar pelos docinhos.
E, claro, comecei pelas uvas passas, cortando-as, uma por uma,
 retirando as sementinhas.
(Clique na foto para ampliar)
Muitas e muitas gemas depois, os recheios dos olhos de sogra e das passas estavam prontos.
Porque minha avó não fazia olho de sogra com recheio de beijinho,
 e sim com doce de gemas, o que eu acho muuuuito mais gostoso!
(Clique na foto para ampliar)

Depois foi a vez de preparar as nozes fingidas.
 Foram 120, e a forminha dava a forma em três de cada vez,
e cada uma passou por lá duas vezes, uma sem açúcar,
 e a outra com, para deixar uma casquinha crocante.
(Clique na foto para ampliar)

Com os queijos da empadinha já ralados à mão, foi hora de fazer a massa.
(Clique na foto para ampliar)

Recheio do vienense, recheio do bolo, a cobertura do bolo...
(Clique na foto para ampliar)

Aos poucos, os docinhos foram tomando forma,
as forminhas foram sendo preenchidas e decoradas,
 e o sorriso no meu rosto ficava cada vez mais presente!
Hora de cortar os legumes da maionese e do cuscuz.
Isso, foi um processo à parte, pois parece que tudo que minha avó fala,
 é descrito de uma maneira tão perfeita, que se torna tão real dentro
da minha cabeça, que eu já sei direitinho como fazer.
E ela havia me dito que os legumes eram bem picadinhos.
Pronto, foi só isso mesmo que la disse: bem picadinhos.
Mas eu entendi bem o que ela quiz dizer com isso, nas entrelinhas, 
e sabia que, cada cubinho de cenoura,
cada cubinho de batata, não deveria ter mais de 3 mm.
Todos cozidos separadamente, branqueados, ficaram lindos e coloridos!
(Clique na foto para ampliar)
Este prato é especial, o do vovô e da vovó tinham um lagostim enfeitando,
assim como ela costumava fazer!
O estrogonofe foi feito do jeitinho que a vovó gosta, flambado.
O camarão foi feito do jeitinho que o vovô gosta, com um molho com bastante catupiry.
É, parecia que não faltava muito para que a lista de coisas à fazer estivesse tida riscada.
O bolo!
Ah, o bolo em forma de coração!
Baba de moça, massa de nozes, cobertura fofinha, fios de ovos e nozes moídas!
Depois de organizado e providenciado, tudo foi transportado para a casa deles.
Pensei que tudo seria surpresa, mas não tinha como!
Eles estavam tão ansiosos, tão curiosos, que participaram de
boa parte do começo da preparação da festa!
A sala era grande, foram pra lá de vinte convidados, a cozinha, pequena, e servimos 3 empratados!
Foi um desafio, mas o trabalho em equipe fluiu tão bem, que no final,
filhas, netas e sobrinhas ajudaram no entra e sai de pratos!
Até que o último prato quente fosse servido, não saí muito da cozinha não.
Saía rapidinho, espiava eles comendo, perguntava se estava
 gostoso e quentinho, e voltava para a cozinha!
Depois do camarão com catupiry, fui curtir um pouquinho!
Curtir a feição no rosto de todos, sorrindo, emocionados, felizes, satisfeitos...
Para todo o lado que olhava, era essa a cena que encontrava!
Não podia estar mais feliz!
Feliz!
Mais fotos deste dia tão especial:
(Clique na foto para ampliar)
Estes espetinho de ameixa com bacon
deixaram a casa com cheirinho de Natal.
Uma delícia!
(Clique na foto para ampliar)

Porque tinham que ser servidos no abacaxi,
assim como a vovó fazia!
E essa combinação é tudo de bom!
Estes eu passava aos poucos, para que o queijo provolone
chegasse quentinho e crocante aos convidados.
O cuscuz, beeeem apurado, com os legumes
tão picadinhos, e a maionese, do jeitinho da vovó,
decorada com maçã.
(Clique na foto para ampliar)
O enfeite logo na entrada.
(Clique na foto para ampliar)
Apesar do reflexo na foto, acho que dá pra ver
o retrato do casamento deles gravado no vidro.
(Clique na foto para ampliar)
Essa não foi feita por nós, mas foi embalada,
uma a uma, com muito carinho!
(Clique na foto para ampliar)
O bolo de nozes com baba de moça e fios de ovos.
Ah, os pratos ao lado do bolo, também estavam
comemorando 60 anos!
(Clique na foto para ampliar)
Canudinhos de doce de leite e doce de côco.
(Clique na foto para ampliar)
Adorei esta foto, com estes dois dedinhos aparecendo no canto!
(Clique na foto para ampliar)
Os vienenses, aaaah, os vienenses...
Considero-os melhores que bem-casados.
Ôh, bolinho leve e gostoso, esse viu!
E as balas de amêndoas - achei essa bala prata o máximo!
(Clique na foto para ampliar)
Os doces
(Clique na foto para ampliar)
(Clique na foto para ampliar)
Precisa de legenda?
Acho que não, né?!
(Clique na foto para ampliar)
Olho nos olhos deles nessa foto, e fico tão emocionada de felicidade!
(Clique na foto para ampliar)
E com este sorriso lindo, da minha avó mais linda, que eu termino
este post assim, como ela, feliz!

PS: As fotos dos pratos foram tiradas com pressa - deixei para que outras fotos fossem tiradas por quem estava mais tranquilo - e volto com mais fotos em breve (que eu também estou louca pra ver)!!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Será este bolinho um vienense paulista?!

Assado vienense, fôrma de chocolate vienense,
torta vienense de chocolate, frango empanado à vienense,
 bolo com nozes vienense, doce vienense de morango...
Será que todas essas receita vêm lá de Viena?
Não sei não...
Por que será que Viena influencia tanto o batismo de tão diversos pratos,
aparentemente sem origem austríaca...?
Você sabe? Me conta!!
Mesmo em inglês (e norueguês), o termo é utilizado para diversos
biscoitinhos, pães, chocolates, o cachorro-quente...
Sei que muitos pratos conhecidos têm origem vienense:
 o schnitzel, o strudel de maçãs, o gulasch e a sachertorte.
Numa passagem por Viena, a única coisa de que me
 lembro é do Mozart, aquele licor (vienense, claro!) de chocolate...
Mesmo assim, não sei se lá na Áustria eles fazem este doce.
Aqui em casa, ele é chamado de vienense:
bolinhos com casquinha crocante, recheados com
creme de baunilha e polvilhados com açúcar.

(Clique para aumentar)

Aí vai a receita:
Bolinho:
- 1 xícara de farinha de trigo peneirada
- 1 xícara mais uma colher de açúcar
- 3 ovos
- 1/2 colher de chá de fermento em pó
Bater as claras em neve.
Acresentar as gemas, uma de cada vez.
Bater mais um pouco.
Acresentar o açúcar até que fique bem misturado.
Polvilhe aos poucos a farinha de trigo.
Sem bater, misture delicadamente o fermento em pó.
Coloque em fôrmas de empadinha untadas e enfarinhadas.
Leve ao forno pré aquecido em 200ºC por cerca de 20 minutos.
Creme:
- 1 1/2 copo de leite
- 1/2 colher de chá de manteiga
- 1 gota de essência de baunilha
- 2 gemas passadas pela peneira
- 2 colheres de sopa de açúcar
- 1 colher de sopa de amido de milho
Ferva o leite.
Tire do fogo.
Acrescente a manteiga, o açúcar, o amido de milho e
as gemas, com cuidado para não queimar nem empelotar, volte ao fogo baixo.
Mexa até que fique com a consistência de um mingau.
Deixe esfriar.

Corte os bolinhos ao meio, recheie-os com o creme, e polvilhe açúcar de confeiteiro.

E você? Também tem uma receita Vienense,
mesmo que não seja lá de Viena?!

terça-feira, 17 de maio de 2011

More than words

Bom, hoje não tem muitas palavras.
Talvez possa dizer que tenha muitos hmmmmm...
As nozes fingidas ficaram uma delícia.
E a forminha fez toda a diferença.
Uma lata de leite condensado,
200 gramas de nozes picadas
 e uma colher de sopa de manteiga,
 tudo bem apurado no fogo baixo.
Redondinho fica uma delícia, mas acho que só de ver
 a forma da noz, parece que até o gosto muda!
Aí vão, nozes fingidas, que parecem mas
não são nozes, são ainda mais gostosas!


Porque primeiro, a gente come com os olhos!

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sexta-feira, 13 de maio de 2011

♫ But I'm not the only one....

Estes docinhos estavam plantados na minha cabeça desde sempre...
(Clique para aumentar)
Uvas passas recheadas com bala de ovo, na cesta.
Minha avó me contou sobre esta receita, mais de uma vez.
Eu nunca tinha visto uma foto, nunca tinha ouvido falar em outro lugar.
Pra mim, aquelas uvas passas tinham
 um significado todo especial, exclusivo.
Sempre pensava : "Minha avó fez uvas passas recheadas.
No cacho! Imagina o trabalho?!"
Até que, anos depois, na casa dela folheando um
livro de receitas, achei a foto da tão falada (e imaginada)
cesta com cacho de uvas passas recheadas.
Ainda assim, a ficha não caiu.
Mesmo depois de ter visto a foto no livro, lido a receita,
 continuei tendo aquela cesta na minha
cabeça como algo feito somente por ela.
Não parei por aí.
Achei, dias depois, um lugar onde vendia cachos de uvas passas.
Comprei.
Fiz o doce de gemas com açúcar.
Cortei as pontinhas das uvas passas, uma por uma,
quase chorando de emoção (não, eu não estou exagerando).


A cada passa que se soltava do cacho, o coração acelerava.
Perdí umas 4. Não teve jeito...
Ai, já sei, contou meia dúzia no pratinho.
Ooops, não deu pra esconder!
Fiz as bolinhas com o recheio, e fui recheando, uma a uma.

No dia seguinte às passas, contei, feliz da vida à uma
colega do curso de foto gourmet que
havia feito as passas, e ela me disse: "Eu também"!
Na hora, juro que pensei comigo mesma:
 "Como assim, as minhas uvas passas, as passas da minha avó"?!
Mas ela acabou me dando dicas preciosas,
de como o trabalho é facilitado ao deixar as passas hidratando,
e de utilizar uma tesourinha de unha para cortar as passas.
(Obrigada, Letícia, vou tentar!)
Ah, sem contar com a finalização, que eu estava em dúvida:
 devo ou não polvilhar açúcar cristal no recheio?
Bom, depois disso, passei na casa da minha avó,
 e contei a história toda pra ela, e ela me disse:
- "Claro, Denise, você acha que eu tirei a receita de onde?
Nós a vimos no livro, você não se lembra"?
Chegando em casa, não pude deixar de fazer o óbvio,
 procurar no Google imagens.
Olha o que eu achei:

E esta é a foto retirada do livro de receitas da minha avó:
 Não, eu não sou a única, mas estas,
com certeza, ficarão na memória!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Restô retrô?

A onda retrô está ficando cada vez mais popular.
Na moda, nos objetos de decoração, na arte...
Uma das coisas vintage que eu mais gosto são as propagandas...
Aquele sarcasmo nas frases, acompanhados de um sorriso são ótimos!
E as propagandas de comida então?! Adoro!


Receitas Retrô
Toda vez que visito a minha avó, fico babando vendo os livros de receita dela...
São tantos, e tão lindos!
Não me canso.
Muito do que era feito à 60 anos atrás não se vê mais por aí hoje em dia...
Uma pena!
Fico aqui imaginando a moda restô-retrô voltando com tudo!
Para você, existe comida brega?
Na minha opinião, não.
Poxa, se é moda voltar a usar as roupas e penteados dos
 anos 50 e 60, porque não voltar a ser moda aqueles pratos
elaborados e enfeitados, aquelas mesas cheias ...
Os coquetéis de camarão, o arroz enformado e enfeitado,
a flor de tomate, aquele mega bife...
O cupcake está tão na moda atualmente.
Mas olha esses bolinhos aqui, da década de 60:
Deixa algo à desejar?
Nope!!
Os cake designers fazem muito sucesso hoje
em dia, mas olha esse bolo dos Beatles:

E se eu fizesse um castelo de biscoitos e jujubas ao invés
 de um bolo coberto de pasta americana? 
Será que faria sucesso? 
Espetinhos de ameixa com bacon.
Este, a minha avó falou que fez muito.
Fiquei com vontade de provar...
Qualquer dia desses vou fazer alguns!
Só pra mostrar o capricho da vovó,
estou colocando aqui a sobremesa que
sempre ouvia falar, mas nunca tinha visto, o cacho de uvas passas
recheadas com bala de ovos.
E imaginem que antes, as uvas passas tinham sementes,
então, elas foram cortadas ainda no cacho,
com cuidado para não se soltarem, as sementes eram
retiradas e então as uvas recheadas!

Bom, e pra encerrar o textinho retrô, vai aí uma receita
 de leitão retrô, escrita e desenhada pela minha avó.

Que pode ser retrô na Gastronomia, mas super moderna na tecnologia:
tem Facebook, Orkut, e usa Power Point pra mandar e-mails!
Nada como saber aliar!
E viva a sabedoria da minha avó!