quarta-feira, 27 de julho de 2011

Essas pérolas de difícil digestão...

Um pouquinho longe, mais muito feliz!
Saiu matéria nova do PF no jornal, estou trabalhando
bastante com coisas que amo, coisas se encaminhando. Feliz ;)
Como sempre, 1001 idéias para escrever aqui no blog, mas agora,
 falta tempo - e isso é muito bom!
Estou convivendo com gastronomia, fotografia, food styling e design
 - toootalmente "minha praia, minha montanha, minha cidade!"
As postagens serão um pouco menos frequentes,
vou postar pelo menos uma vez por semana,  mas com muitas
 novidades e muita coisa nova pra contar!

Hoje pensei em comentar sobre as reflexões das minhas últimas andanças.
Recentemente tenho visto muitos estudantes e recém-formados em
Gastronomia - de todas as idades, tribos e origens.
Dos super jovens, todos tatuados e cheios de piercings, aos da
3ª idade, mais reservados e discretos.
E vejo-os se portarem de maneiras bem distintas...
Alguns, com os diplomas ainda frescos de tinta, já mostram o
título de Chef em seus dolmãs decorados e coloridos e seus
crocs vermelhos/amarelos/verdes/azuis, e pinça no bolso;
outros com uma feição
 quase que de medo perante o chefe, esperando serem chamados
 para ajudarem na montagem de um prato, como crianças que
aguardam sua vez para falarem com o papai Noel na fila do shopping, sabe?!
Não sou tão velha assim, mas nos meus tempos de estágio, o estagiário
deveria passar por toooodas as praças da cozinha, aprender toda a
 rotina dos ingredientes - sim, a rotina dos ingredientes,
porque eles tem todo o seu passo-a-passo a ser realizado,
cada um deles, desde a salsinha até o foie gras.
Os estágios demoravam vários meses... Mas no final, sentia-se
realmente pronto para soltar os pratos de todas as praças.
Hoje em dia, vejo "chefes" que se formaram à menos de seis
 meses, que já passaram por sete, oito estágios depois de formados.
Pergunto-me cada vez com mais frequência: o que eles
 aprenderam? Será que realmente aprenderam alguma coisa?
 Ainda sou à favor de que deveria haver uma prova e um
 tempo mínimo para um cozinheiro poder ser chamado de chefe...
Com cada vez mais frequência, vejo-os de celular em punho,
 tirando fotos dos pratos executados (na maioria das vezes,
por outros cozinheiros) e postando-as nas redes sociais ,
cada mês de um estágio em um restaurante diferente.
Será que algum destes novos-chefes sabe fazer um prato
que não seja em baixa temperatura? ...
O que mais escuto no meio desses novos chefes?
Espuma, confit, baixa temperatura, pinça, tatuagem, Noma.
 Peraí! Eu disse Noma?!
Quem falava em gastronomia escandinava à uns dois, três anos atrás?!
Alguém sequer sabiae da existência dos restaurantes de lá?
Será que alguém sabia, antes do Noma, das técnicas e
dos ingredientes da Dinamarca, Noruega, Suécia, Finlândia...?
Ouvi recentemente de um chefe europeu, a seguinte pérola:
Escandinávia?
É um país? Uma cidade?
Depois das devidas apresentações Escandinávia-chefe/chefe-Escandinávia,
preferi não dizer mais nada...
Por tanto, não é preciso refletir muito para (me) perguntar:
Para onde vão todos esses chefes? (se não tiverem $eu$
próprio$ inve$tidore$... ou o famoooso Q.I.) ?
Será que tem emprego pra todo esse pessoal?
Quando vai começar uma onda de Noma-Noma-Noma
por aqui, com montagem de pratos inspirados nos de lá
(tronco de árvore, prainha, floresta, o camarõazinho vivo
e saltitante, o ovo e o timer, as mesas sem toalha)... ?
E chamarão isso de "nova tendência"...
Ah, já começou! E eu estou assistindo de camarote!
E adorando muito tudo isso!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Adoro um figuím...

Difícil achar quem goste de fígado de frango...
Eu adóóóóóóóóóóro!
Difícil achar por aí também.
E, mais difícil ainda é achar o fígado de frango
em cardápios de bares e restaurantes.
Já o fígado de pato, esse sim, o foie gras, é encontrado de
 diversas maneiras em cardápios da cidade, além
de ser encontrado de outras formas em alguns
supermercados com produtos mais variados.
Sempre que posso, vou à feira e trago um pouco de fígado de galinha.
Se tem uma comidinha que adoro, que costumava comer
quando morava na Suécia, era fígado de galinha com maçãs.
Lá, diferente de na Noruega, o fígado de galinha era
 facilmente encontrado nos supermercados.
E as maçãs, eu pegava no pomar de casa: macieiras
carregadas o final do verão e o outono inteiros!
E os cogumelos? Esses vinham direto de um passeio na floresta!
Os fígados na manteiga, com um pouquinho de azeite e açúcar...
Depois as maçãs, da mesma forma.
Muitas vezes, comia só assim mesmo, e um pão
bem fresco e vinho tinto para acompanhar.
Dia desses, resolvi fazer figuím-com-maçã de novo.
Fiz do jeitinho que costumava, dourei umas fatias
de pão italiano na manteiga.
Coloquei echalotes em uma assadeira forrada de sal grosso,
 e levei-as ao forno para assar.... Hmmm...
Cogumelos frescos salteados na manteiga com sal e pimenta.
E para completar, uns ovinhos de codorna pochê.
E o que mais?
Bastaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaante pimenta do reino!
Delícia!
E você?
Gosta de um figuím de galím?
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segunda-feira, 18 de julho de 2011

No pratinho ou na tacinha?!

Quando criamos uma receita, muitas vezes,
já temos em mente como ela será apresentada.
Louça funda ou rasa, branca, colorida ou transparente...
Isso influencia muito no primeiro "julgamento",
 se é que podemos dizer assim.
Bom, na verdade, julgamos sim o prato pela maneira
como é servido.
E uma apresentação que não harmonize com a receita pode
realmente influenciar no resultado desejado.
Existem pratos que tem sua louça exclusivamente
desenvolvida para aquele fim: serví-lo.
Banana split é um bom exemplo.
Não vejo uma banana split sendo servida em outra louça
que não seja aquela tradicional.
Brigadeiro de colher?!
Na verdade, se fosse brigadeiro de panela...
Eu ainda prefiro o tradicional.
Mas e quando a sobremesa é nova...?
Lembram-se daquele cookie de azeite ?
Então, resolvi fazer uma sobremesa com ele:
morangos marinados em vinho do porto branco e baunilha,
cookies de azeite extra virgem,  creme de ricota com limão
siciliano e sorvete de baunilha.
Tanta coisa (boa), e uma perguntinha: como servir?!
No prato ou na taça?
Coloco aqui as duas apresentações.
E aí, qual "apeteceu" mais?!
Na tacinha...
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Ou no prato?
(Clique na foto para aumentar)

sexta-feira, 15 de julho de 2011

OVO = 1 + 3



Aqui está a minha, a sua, a nossa revistinha do ovo!

(Clique no link CLICK TO READ, na barra de ferramentas no topo da
página é possível aumentar o tamanho de visualização da revista.
Para folheá-la, é só clicar na seta para direita)

Agradeço todas as pessoas que enviaram suas ideias!

Oversettelse kommer snart!
Translation coming soon!

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Leite light para o Rei do Rock??

Música anima, música faz sorrir, faz chorar.
Muitas cozinhas, tanto as residenciais como as de
 restaurante, tem pelo menos um radinho ligado.
Múscia faz render - se é que você me entende!
Mas, se rolar uma baladinha triste, picar cebola é
um bom truque...
Música e comida...
Música ao vivo? Se for em um barzinho, ok.
Música em restaurante? Se for uma musiquinha de fundo, tudo bem!
Tem muito músico gourmand por aí, o que eu acho muito legal.
Ah, e vice-versa também!
São duas artes, dois prazeres unidos: a música e a gastronomia.
Hoje, dia mundial do rock, resolvi homenagear um cara que,
além de Rei do Rock, era apaixonado (demais, todos sabemos...) por comida:
Elvis Presley.
Seu sanduíche favorito era o de banana com manteiga de amendoim.
Eu o fiz à minha moda...
Além da manteiga de amendoim, eu coloquei paçoca
 (sinceramente, eu acho que se o Elvis conhecesse paçoca,
ele iria colocar no sanduíche dele também).

(Clique na foto para aumentar)
Não, eu não quero pensar na quantidade de calorias que um
sanduíche desses tem, nem em quantos minutos
 eu vou ter que ficar pulando corda.
E eu, além da paçoca, de um caldinho de laranja na torrada,
 e de um purêzinho de banana em cima (salpicado de... mais paçoca!),
 ainda acompanhei este sanduba com um copão de leite integral gelado.
Sim, tem que ser leite integral.
Senão seria como comer aquele mega-prato de feijoada com
vários torrresminhos, e pedir uma coca light pra acompanhar.
E não adianta querer comparar dizendo que a coca light
 é mais gostosa (não tomo nada light nem diet),
 porque não tem como dizer que o leite desnatado é mais gostoso que o integral
- porque não é!
Tenho que me manter fiel ao Rei -
 afinal, duvido que ele tomasse leite-light!
E viva o Rock!
(Clique na foto para aumentar)

terça-feira, 12 de julho de 2011

Desconstruindo a receita (literalmente)

Como já disse por aqui antes, não sou daquelas que costuma
seguir à risca as receitas dos livros, revistas e sites,
 e sim me inspirar nelas, adaptando-as ao meu gosto ou necessidade.
Há um tempo atrás, tive a oportunidade de ver um
 livro de receitas que me chamou bastante a atenção.
Resolvi fazer uma receita inspirada nesse livro.
Os ingredientes não eram os mesmos.
O resultado final, tão pouco.
Na verdade, não havia sequer uma única palavra nos ingredientes
 nem no modo de preparo nas receitas deste livro.
Mas, se eu não me inspirei nos ingredientes e nem no
modo de preparo, qual foi a inspiração que este livro me trouxe?
Eu me inspirei na maneira como os ingredientes
 são mostrados nas fotos deste livro.
E na sua ausência de texto, sua ausência de uma receita com
medidas e descrições, pesos e modo de preparo!
O nome do livro: Feito em casa é melhor, da loja sueca Ikea.
Os ingredientes de um lado, dispostos de maneiras diferentes,
e a receita pronta do outro.

Os ingredientes (foto do livro)
(Clique na foto para aumentar)
E o resultado (foto do livro)
(Clique na foto para aumentar)
Na minha tentativa, escolhi fazer algo que já fazia um tempão
que estava com vontade - bolo de panqueca.
Adoro bolos de panqueca, e costumo fazer para fugir daquela
apresentação tradicional.
Já fiz bolos de panqueca salgados algumas vezes,
mas com certeza os doces têm popularidade garantida!
Fáceis de fazer, podem ter uma variação de componentes sem fim!
Já fiz de banana ouro com doce de leite e amendoim,
de blueberries com chantilly e geléia, compota de maçã com creme de canela...
Mas, definitivamente, a minha favorita é essa:
 Nutella com morangos, amêndoas e chocolate
(e mais chantilly e hortelã).
Os ingredientes:
(Clique na foto para aumentar)
 E o resultado final:
(Clique na foto para aumentar)

Posso dizer que adorei a idéia, pensando nos ingredientes separadamente
em uma foto, sem nenhuma descrição por escrito,
 apenas visual, e o resultado do outro lado!
E posso com convicção também dizer que....
Adoro bolo de panqueca!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Os clips de papel, o aerosol e o queijo marrom!

Uma semana longe do blog, e eu quase entrei em crise!
Mas foi uma semana muito bem aproveitada, onde viajei,
 trabalhei e me diverti bastante!
Além de ter colocado ordem na casa e na cabeça!
Tantos dias com tantas idéias, e eu aqui só tentando
 imaginar como colocá-las em prática.
Bom, se teve algo que não saiu da minha cabeça nestes dias,
 foi o queijo marrom.
(Clique na foto para aumentar)

Ontem resolvi fazer o pão integral de receita norueguesa
para saborear junto algumas fatias do queijo.
O que eu ganhei foi um Fløtemysost, que é um tipo de
queijo marrom feito de leite de vaca.
Ele tem um sabor suave, e é mais claro e um
dos favoritos do povo norueguês.
Para saborear o autêntico queijo marrom, eu fui atrás
de uma outra invenção norueguesa.
Porém, essa eu tenho quase certeza que a maioria das pessoas tem em casa:
o cortador de queijos!
Verdade, e não é a única invenção norueguesa.
Também vem da criatividade dos noruegueses a invenção do spray aerosol, 
dos clips de papel, do motor de barcos, do ski, entre outros.
Aqui vai um pouco da história do cortador de queijos:

(Clique na foto para aumentar)
O legal da Noruega é que o tradicional e o moderno andam sempre muito próximos.
Até no cortador de queijos!

(Clique na foto para aumentar)
Aqui, um cortador bem tradicional, com pequenos trolls!

(Clique na foto para aumentar)
E aqui, um cortador com um desgin mais moderno:

(Clique na foto para aumentar)
O pão demorou cerca de três horas para ficar pronto.
Quando o cheirinho foi tomando conta da casa, já providenciei umas boas fatias de queijo marrom e um copo de leite integral geladinho!

(Clique na foto para aumentar)
A casquinha do pão ficou crocante, e o interior macio...
Muito bom...

(Clique na foto para aumentar)
Não tão pesado, nem tão leve - perfeito para acompanhar o meu queijinho.

(Clique na foto para aumentar)
Ao contrário do que muitos pensam, o pão mais consumido por lá não
 é aquele pão escuro e pesado.
E é este pão que representa o almoço da maior parte da população do país.
É consumido com manteiga e queijo, salame, presunto, caviar,
 sardinha com molho de tomate ou queijo marrom.
E a maioria das pessoas leva seu almoço de casa, tendo como única refeição
quente, o jantar, servido bem mais cedo que por aqui.
Aqui em casa, ele foi saboreado assim que ficou pronto - quase de madrugada!


E antes que eu me esqueça, eu estou finalizando a texto elaborado com as respostas que recebi com o desafio do ovo.
Vou publicar até o final da semana!

domingo, 3 de julho de 2011

Queijo marrom, ah, o queijo marrom!

Ao saber que uma brasileira amiga de uma amiga minha, 
que mora na Noruega estava vindo pra "estas bandas de cá",
não me contive em pedir algo.
Hmmm... O que sinto falta de lá?
T-o-d-o-s os laticínios.
Salmão Salma...
Camarão fresquinho com pão de fôrma, maionese, limão e dill...
Chocolate Freia.
Os morangões e moranguinhos.
Cogumelos canterelle.
Sei que vai ter gente que não vai gostar, mas a carne de rena,
 o hamburguer de alce... (Este assunto merece um post único).
Bom, e o queijo marrom.

Tem um gostinho entre o queijo de cabra e o doce de leite...
Difícil descrever.
Tão delicioso!
Tão-tão típico e insubstituível!
E foi exatamente isso que pedi!
E agora, mesmo antes de tê-lo em mãos, já estou aqui,
 pensando em como vou consumí-lo!
É mais ou menos a mesma sensação de comer
 um queijo mineiro láááá na Noruega!
Com certeza, vou comer uma fatia com knekkebrød (pão "sueco")
com bastante margarina. E um copão de leite integral gelado pra acompanhar.
E também quero arriscar fazer umas lefses
(tipo de panqueca feita na chapa - pode ser de batata,
 natas, leite ou farinha de trigo).
Hmmmm...
E tenho que comer uma fatia com pão de fôrma fresquinho...
Quero fazer o molho que acompanha carne de rena na época do Natal.
Molho com bastante creme de leite, manteeeeeeiga,
caldo escuro de carne, natas, um temperinho chamado
 allehånde (cravo, pimenta, canela e noz moscada),
groselha fresca (tyttebær) e, claro, o queijo marrom.
Vou, definitivamente, fazer este molho.
Como, eu ainda não sei!
 Estou pensando nas substituições que terei que fazer.
Mais algumas fotos:

E aqui, algumas informações retiradas do wikipédia:
Brunost (significando em norueguês queijo castanho) é um queijo norueguês produzido com soro de leite , também popular na Suécia, onde é conhecido como mesost.
As duas variedades mais populares na Noruega são o Gudbrandsdalsost, que significa queijo da região de Gudbrandsdal (feito com leite de vaca) e o mais tradicional geitost, feito na totalidade ou em parte com leite de cabra. Existem ainda variedades regionais, com sabores e cores diferentes, dependendo da quantidade de caramelo que contenham.
O geitost possui um sabor forte e doce, com reminiscências de caramelo e leite de cabra. Por outro lado, o Gudbrandsdalsost é semelhante, mas possui um sabor mais suave. As duas variedades são muitas vezes usadas como recheio de sanduíches só com uma fatia de pão, populares na Escandinávia.
Também podem ser usadas como acompanhamento de lefse. Em algumas regiões, o brunost e o lefse são usados como acompanhamento do lutefisk.
É também usado em molhos de pratos de caça, com frutos silvestres. Confere aos molhos um sabor mais subtil a caramelo.

sábado, 2 de julho de 2011

Então vamos às parciais


Surpresa super agradável, enviei a "pergunta do ovo" para cerca de 50 pessoas, e recebi, até agora,  40 respostas!
A soma não vai bater, já que teve gente que mandou mais de uma receita, mas aí vão as parciais:
Participaram:
Brasil: 27
Dinamarca: 4
Noruega: 2
Estados Unidos: 2
França: 1
Itália: 1
Suécia: 1
México: 1
Alemanha: 1
Receitas:
Ovo frito: 7
Omelete: 5
Mexido: 5
Pochê: 5
Com trufa: 5
Com shiitake: 3
Pasta: 3
Com batata: 3
Com caviar: 3
Brulée: 2
Tortilla: 2
Com salmão: 2
Beirute: 1
Assado: 1
Com miojo: 1
Cozido: 1
Com arroz: 1
Zabaione: 1
Com lombo: 1
Bolinho de chuva: 1
Sanduíche de ovo: 1
Bearnaise: 1
Creme d'ovos: 1
Frittata: 1
Com mandioquinha: 1
Com frango confitado: 1
No banho-maria: 1 
À Florentina: 1
"Para jogar na cabeça da sogra": 1